Os problemas entre a FUABC (Fundação do ABC) e a Prefeitura de Mauá continuam. A entidade, responsável pela gestão do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) Mauá e do Complexo de Saúde de Mauá/ Hospital Nardini, tem somado críticas dos médicos por atrasos em pagamentos e pelas demissões de funcionários.
Os atrasos se devem, alega a Fundação, devido à falta de repasses da Prefeitura. Enquanto a FUABC reivindica um débito de R$ 123 milhões junto à Mauá, o prefeito Atila Jacomussi (PSB) estima que a dívida é de cerca de “R$ 35 milhões a R$ 39 milhões”, como noticiado pelo jornal Diário do Grande ABC.
Mesmo com atrasos, demissões e a falta de consenso sobre o valor da dívida, a renovação do convênio entre a FUABC e a Prefeitura está encaminhada. Conforme notícia publicada pelo Diário na semana anterior, o prefeito de Mauá prorrogou por mais um mês o acordo com a Fundação (o contrato venceu no dia 28/02). Segundo o jornal, no contrato vencido o município repassava R$ 2 milhões por mês à FUABC.
Com a prorrogação o novo secretário de Saúde da cidade, o médico Ricardo Burdelis, que ocupava o cargo de diretor adjunto na ANVISA, terá tempo para negociar as bases de um novo acordo. Burdelis foi empossado nesta quarta-feira, dia 7.
Em notícia do site ABCD Maior, de janeiro a novembro de 2017 foram realizadas 516 demissões no Complexo de Saúde de Mauá (Cosam), que contava até o referido mês com 2.092 funcionários ativos. Na oportunidade, foram realizadas manifestações na Câmara Municipal de Mauá contra as demissões e atrasos nos pagamentos.
Sindicato na luta
A situação da saúde de Mauá é acompanhada de perto pela nova direção do Sindicato dos Médicos do Grande ABC (Sindmed Grande ABC). Já está agendada uma reunião entre a Comissão dos Médicos e a direção do Sindicato para deliberar sobre as medidas necessárias para a resolução desses impasses. Além disso, três vezes por semana o sindicato oferece atendimento jurídico aos médicos interessados em entrar com ações trabalhistas para o recebimento de verbas rescisórias. Os advogados Cláudia Trajano e Paulo Ferro têm atendido os médicos e monitorado a situação da FUABC.
“Muitos médicos de Mauá já entraram em contato conosco, pois foram demitidos e desde outubro não tem posicionamento sobre o pagamento da rescisão”, revela Cláudia Trajano.
O presidente do Sindmed Grande ABC, José Roberto Murisset, já solicitou uma audiência com prefeito de Mauá e com o novo secretário de Saúde.
“A nova direção do Sindmed Grande ABC está totalmente comprometida em solucionar os problemas que os médicos de Mauá enfrentam. Vamos nos reunir com o prefeito e o secretário de saúde o mais rápido possível e vamos resolver por completo esta situação. Este é o momento da categoria estar mais unidade,” acrescenta Murisset.
Apesar de a Fundação demitir e alegar falta de dinheiro para o pagamento das rescisões, sabe-se no meio da saúde que novos médicos foram contratados. E não é só a situação de quem foi demitido que está caótica. Os médicos que permaneceram em seus postos sofrem com atrasos em seus salários, por isso este é o momento da categoria estar cada vez mais unida.
“Os médicos na ativa estão recebendo os salários, porém, em inúmeras situações, os pagamentos foram feitos com atrasos. Muitos não receberam o pagamento das férias. Isso tudo está gerando uma situação terrível no meio da saúde”, diz Carlos Roberto Carvalho, diretor financeiro do Sindmed.
Para entrar em contato com o Sindicato dos Médicos do Grande ABC ligue (11) 44364435/(11) 4436-1703 ou envie um e-mail para sindmedgrandeabc@gmail.com e agende para ser atendido pelo departamento jurídico.
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